Esta semana saiu mais uma matéria na Revista IstoÉ da nossa queridíssima Silvia Scigliano sobre a Tendência da Alfaiataria. Confira o conteúdo da matéria abaixo!
“Camisas, coletes, paletós, gravatas e as chamadas calças sociais estão na moda — e fora dos escritórios. Com origem na Idade Média, a alfaiataria perde a formalidade, ao passo que permanece com seus atributos de poder. Ainda que o “sob medida” tenha caído em desuso por vários motivos – do financeiro à corrida contra o tempo –, a excelência no acabamento e as matérias-primas de qualidade continuam sendo inegociáveis na construção das peças.
Se o assunto é tempo e dinheiro, foi no período dos yuppies (young urban professionals) que o apreço pelo terno e derivados se concretizou. Basta assistir ao filme O Lobo de Wall Street, com Leonardo DiCaprio, para entender o estilo dos jovens investidores dos anos 1980 nos EUA, como lembra Silvia Scigliano, professora do curso de Consultoria de Imagem e Coolhunting do Istituto Europeo di Design São Paulo (IED SP): “A alfaiataria passa uma mensagem de força, de poder. Tanto que os ingleses chamam o terninho feminino de power dress”.
O designer italiano Giorgio Armani é um dos responsáveis pelo movimento, do nascimento aos dias atuais. Na recente Milão Fashion Week, seus ternos e gravatas marcaram presença em combinações contemporâneas. “É ele que coloca pela primeira vez, nas passarelas, um homem de terno e tênis, que carrega a raquete para o trabalho, porque vai para as quadras ao final do dia”, diz Marcio Banfi, editor de moda e professor no curso de Moda da Faculdade Santa Marcelina, uma das mais conceituadas da capital paulista.
A alfaiataria moderna ganha ares diferentes com os novos (e antigos) estilistas. “Ela vai de uma roupa feita no corpo a algo que pode ter volume ou está associado ao streetwear e ao sportwear”, diz Banfi. Há quem subverta ainda mais seus itens clássicos, como a atriz Letícia Colin, ao vestir um top feito com uma única gravata, no Rock in Rio. “As transformações sociais refletem diretamente na forma de vestir”, diz a estilista Marina Bitu.
Em sua nova coleção, uma parceria com a artista Paula Siebra, ela preza pela boa modelagem e matérias-primas resistentes e versáteis: “É um espaço que permite transformação a partir do design, ao mesmo tempo que é uma das mais exatas métricas da confecção”. É o que Scigliano chama de alfaiataria ‘desencaretada’: “Estou fazendo uma consultoria de imagem para os apresentadores de um canal esportivo. O dress code é terno e gravata, mas a ideia é trazer algo mais assimétrico e colorido, tanto para homens quanto para mulheres”.
A estilista da IDA, Paola Muglia, une a tendência sociologicamente ao empoderamento feminino: “Ao incorporar elementos da alfaiataria no dia a dia, as mulheres desafiam normas de vestuário, transformando clássicos em declarações de estilo sobre seu papel crescente e multifacetado na sociedade”. De acordo com ela, um dos obstáculos à perpetuação do ofício, hoje em dia, é a falta de mão-de-obra qualificada: “A diminuição do interesse, entre os jovens, pelas profissões de costureiro e modelista gera um mercado carente de capacitação e habilidades essenciais para a produção de peças como um blazer clássico”.
-> Confira essa e outras de nossas matérias divulgadas aqui.
“Tendência da alfaiataria” foi uma matéria escrita por Silvia Scigliano para a revista IstoÉ. Veja a matéria completa no botão abaixo.