A pochete, acessório que transita entre o prático e o fashion, guarda uma história rica e intrigante que se entrelaça com a própria evolução da moda. Sua origem remonta à França do século 19, quando a Maison Pourchet popularizou a produção em larga escala, dando origem ao nome “pochete” como uma variação de “Pourchet”. Mas, como explica o professor de história da moda João Braga, as raízes da pochete se aprofundam ainda mais no tempo.
Da Idade Média às Guerras Mundiais: Evolução e Funcionalidade
Durante a Idade Média Europeia, entre os séculos 12 e 13, as pessoas carregavam pequenas bolsas de couro com alças de metal presas à cintura, conhecidas como “esmoleiras” ou “homonières”. Naquela época, sem papel-moeda, essas bolsas serviam para transportar pertences pessoais. A prática de carregar bolsas na cintura se manteve ao longo dos séculos, adaptando-se às necessidades e tendências de cada época.
No Renascimento, por exemplo, essas bolsas se tornaram mais ornamentadas, assumindo um papel quase joalheiro, conhecidas como “Chatelaines”.
Somente no início do século 19, com Napoleão e após a Revolução Francesa, os bolsos começaram a ser incorporados às roupas, especialmente masculinas, para carregar documentos e outros itens essenciais. Antes disso, as roupas não tinham bolsos. As guerras mundiais evidenciaram a utilidade das bolsas na cintura, especialmente entre as mulheres que trabalhavam nas cidades, como trocadoras de ônibus.
Altos e Baixos da Popularidade: Influências e Ciclos da Moda
Ao longo do século 20, a pochete experimentou altos e baixos de popularidade, influenciada por ícones da moda como Jane Birkin nos anos 70. Nos anos 80, a praticidade a impulsionou de volta ao sucesso, especialmente associada à prática de esportes.
No entanto, os anos 90 marcaram um período de declínio para a pochete, associada a uma imagem cafona e masculina, muitas vezes confundida com barriguinha saliente em uma época obcecada pela magreza. A moda, por sua natureza cíclica, costuma retornar após cerca de 20 anos, mas no caso da pochete, foram 40 anos para que ela voltasse ao desejo das novas gerações, como brinca o professor João Braga.
Ressurgimento e Versatilidade: Um Acessório Indispensável
Atualizada com designs modernos e geralmente usada na transversal, a pochete ressurgiu com força total nos últimos anos, tornando-se um acessório indispensável para diversas ocasiões, desde festivais de música até o dia a dia das pessoas.
Hoje, a pochete é celebrada por sua praticidade, design e versatilidade. Modelos variam desde opções mais acessíveis a partir de R$20,00 até versões de luxo, como a Himalayan Crocodile Birkin da Hermès, que pode custar mais de 2 milhões de reais. Celebridades, influenciadores e pessoas comuns a utilizam em todo o mundo.
Seja para carregar celular, cartões ou até mesmo como um item de moda, a pochete voltou para ficar, abraçando todos os tipos de corpos e estilos. Adotar essa tendência e aproveitar suas vantagens é uma ótima opção para quem busca praticidade e estilo em um único acessório.